SUBSTITUIÇÃO DE MICROPLÁSTICOS EM COSMÉTICOS

Distraídos pelos inúmeros produtos disponível no mercado, muitas vezes não percebemos o quanto o plástico está oculto em sua rotina de beleza e de cuidados pessoais. Muito menos consideramos o impacto ambiental daquilo que estamos comprando. Mas precisamos urgentemente mudar nossos hábitos! Portanto, entenda mais sobre os microplásticos e as alternativas que a indústria cosmética vem buscando para tornar os cosméticos e produtos de cuidados pessoais mais biodegradáveis e ambientalmente amigáveis. Confira!

Os microplásticos, infelizmente, já são um dos principais poluentes dos oceanos do mundo, afetando todo o ecossistema. Estão presentes desde a água que bebemos até produtos como esfoliantes, cremes dentais e glitter, podendo, em aproximadamente 30 anos, ser três vezes maior em quantidade do que os peixes nos oceanos. Estudos também indicam que até a parte aquática da Antártica está atualmente contaminada com microplásticos.

Mas o que são os microplásticos?

Os microplásticos são formados quando um polímero plástico atinge o ambiente aquático e sofre quebra de suas unidades moleculares, obtendo fragmentos com dimensões inferiores a 5 mm.

De acordo com a forma como chegam ao meio ambiente, os microplásticos são classificados em microplásticos primários e microplásticos secundários:

 

 

Em cosméticos, “microplástico” refere-se a todos os tipos de minúsculas partículas de plástico (menores que 5 mm) que são intencionalmente adicionadas a cosméticos e produtos de higiene pessoal, sendo frequentemente usados ​​como agentes emulsificantes ou apenas como enchimentos.

Provavelmente agora você deve estar pensando o que pode ter microplástico na sua casa. Correto?

Bem, dê uma olha no seu banheiro. À primeira vista, você pode notar o plástico usado para embalar o shampoo, a maquiagem, o sabonete líquido e quase todos os produtos de cuidados pessoais que você possui. À segunda vista, preste atenção nos produtos do dia a dia que sempre usou como escova de dentes, navalha, lenços descartáveis ​​e cotonetes. Talvez, ao olhar ainda mais de perto, perceberá que as pequenas esferas em seu esfoliante facial são feitas de plástico, e sua sombra favorita também tem glitter plástico.

Mas nem todo plástico é visível a olho nu. Enquanto microplásticos são qualquer peça de plástico com menos de 5 mm de tamanho, as microesferas também são um tipo de microplástico menor que 1 mm, bem como os nanoplásticos que são tão pequenos que podem atravessar a pele humana.

Os microplásticos foram detectados pela primeira vez no meio ambiente em 1970, tornando-se um fator de preocupação por poluírem cada vez mais os ambientes aquáticos.  Porém, somente em 2001, após a descoberta de microplásticos no ambiente de água doce, que começou a serem realizados estudos para determinar o impacto dessas partículas no meio aquático.

Dessa forma a poluição gerada por lixo plástico é um problema ambiental que cresce a olhos vistos em todo o mundo e sua gravidade não se encontra apenas no comprometimento imediato à vida marinha, diretamente contaminada, mas igualmente, à própria cadeia alimentar humana.

Assim, as partículas que são muito pequenas para que sejam efetivamente removidas pelas instalações de tratamento de águas residuais e não são biodegradáveis, quando chegam no mar atraem toxinas e bactérias presentes na água que aderem a sua superfície brilhante, tornando-se parecidos com itens alimentares, podendo ser comido por peixes, anfíbios, insetos, larvas e animais marinhos.

O plástico, então, pode bloquear o trato digestivo ou entrar na nossa cadeia alimentar. Entretanto, ao consumir produtos marinhos contaminados pelo microplástico, nos sujeitamos a intoxicações, uma vez que o plástico tem a capacidade de atrair e liberar substâncias químicas que alteram o funcionamento normal dos organismos vivos. Já foram encontradas partículas de plástico em alimentos e bebidas, incluindo cerveja, mel e água da torneira, além de, não surpreendentemente, em fezes humanas.

O impacto dos microplásticos sobre a saúde humana não é totalmente conhecido e são necessárias mais pesquisas para entender seus efeitos em nossos corpos. Contudo, os dados são alarmantes e precisamos urgentemente mudar nossos hábitos. Isso é fato!

 

SUBSTITUIÇÃO DE MICROPLÁSTICOS EM COSMÉTICOS

 

Não há nada melhor do que fazer uma esfoliação no rosto depois de um longo dia estressante. Ela ajuda a remover as células mortas e impurezas, deixando a pele com um aspecto mais limpo, saudável e radiante.

Mas como vimos acima alguns esfoliantes podem conter poluentes para o meio ambiente.

Eles são compostos por substâncias granulométricas, que são as responsáveis pela esfoliação proporcionada à pele. Mas muitas vezes essas bolinhas coloridas presentes nesses produtos são microesferas de polietileno, mais conhecidas como microplásticos, que por serem abrasivos suaves ajudam a remover células mortas da pele e a estimular a circulação sanguínea.

Todas essas bolinhas quase invisíveis vão parar em rios e oceanos depois de utilizadas. É assustador pensar que um simples banho com produto composto por esfoliantes à base de plástico tenha o potencial de liberar no ambiente aquático algo em torno de 100 mil microesferas que jamais irão se degradar natureza.

Entretanto, apesar dos esfoliantes serem os principais produtos cosméticos que contêm microplásticos, não são somente eles. Entre os produtos que contêm polímeros plásticos estão: desodorantes, shampoos, condicionadores, sabonetes líquidos, batons, tinturas de cabelo, cremes de barbear, protetores solares, repelentes, cremes antirrugas, hidratantes, sprays para o cabelo, máscaras faciais, produtos para cuidados de bebês, sombras para os olhos, rímel e outros. Em alguns casos, esses produtos são feitos com mais de 90% de plástico.

Em um típico gel de chuveiro analisado em laboratório, foi encontrada aproximadamente a mesma quantidade de material de plástico no gel e na sua embalagem, de acordo com o relatório do PNUMA intitulado ‘Plástico em cosméticos: será que estamos poluindo o ambiente através de nossos cuidados pessoais? ’.

Felizmente, seguindo a tendência mundial de combate à poluição por plástico, com base nos riscos e nas preocupações do consumidor, as indústrias de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos assumiram um compromisso voluntário para eliminar o uso de micropartículas plásticas sólidas em seus produtos até esse ano, 2021. Nos Estados Unidos, Reino Unido, Suécia, França, Coréia do Sul, Taiwan, Canadá e Nova Zelândia os microplásticos já foram banidos dos cosméticos.

Dessa forma, as empresas vão substituir as partículas plásticas sólidas insolúveis (MPSIs) por outros ingredientes com função semelhante, mas biodegradáveis, em seus produtos enxaguáveis.

Assim, estudos estão sendo realizados para identificar uma alternativa natural, biodegradável e eficaz, que atenda a exigências de efeito de limpeza e possam ser obtidas por um custo razoável.

Existe uma gama de ingredientes sustentáveis que podem substituir as micropartículas plásticas, sem afetar o desempenho do produto, como matéria- primas derivadas de sementes (maracujá, castanhas, jojoba e kiwi), derivados de celulose (açúcar e o bamboo), sílicas, ácido polilático e silicato de cálcio, por exemplo.

Entretanto, ainda existe um desafio científico significante para que sejam descobertos e criados substitutos adequados para as micropartículas plásticas, visto que estudos demostraram que algumas microesferas constituídas de sílica e microesferas formadas por celulose, por exemplo, não são tão facilmente biodegradáveis.

Mas, a boa notícia é que a tendência atual entre os fabricantes de cosméticos é a movimentação natural para as alternativas biodegradáveis. Algumas empresas globais já declararam seus planos para eliminar microplásticos de seus produtos (ou mesmo já os eliminaram), tais como Unilever, Procter & Gamble, Johnson & Johnson, Beiesdorf, Colgate-Palmolive e L’Oréal.

 

COMO SABER SE UM COSMÉTICO CONTÉM MICROPLÁSTICOS?

 

Para identificar a presença micropartículas de plástico, que são prejudiciais à saúde e ao meio ambiente, foi desenvolvido um aplicativo chamado “Beat the Microbead” (em português, Combata as Microesferas) por pesquisadores de duas organizações não governamentais holandesas, em 2012, a que se juntou a Associação Portuguesa de Lixo Marinho (APLM) para alertar as consequências nefastas da utilização destes produtos no ambiente.

A ferramenta foi criada para ser usada em celulares e basta fazer download do aplicativo disponível para iOS, Android e Windows Phone, escolher o país em que você reside e scanear o código de barras do produto que aparecerá uma das três cores:

 

Os impactos do plástico na saúde em todas as suas formas devem ser uma grande preocupação para todos nós. Pense nisso!

 

Veja também “MÁSCARAS FACIAIS”.

Deixe seu comentário, dicas e sugestões. Pesquise em nosso Blog e compartilhe com os amigos. Curta nossa página no Facebook e vejas novidades no nosso canal do YouTube.

Comments

  1. Joyce alves

    Descobri hj que os esfoliantes faciais podem conter plástico. O planeta tá saturado, o ser humano precisa buscar alternativas naturais urgente. Baixei o App…vou checar meus produtos. Obrigada!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *